Boo-Box

sexta-feira, 8 de abril de 2011

ECONOMIA DO MÉXICO
O México é a décima terceira maior economia do globo e o quinto maior produtor mundial de petróleo, ocupando a oitava posição no “ranking” dos exportadores mundiais. Simultaneamente, o México tem sido um dos principais recipientes dos fluxos de investimento estrangeiro entre os países em vias de desenvolvimento.
As políticas de estabilização macro-económica adoptadas desde o final da década de 80, o processo de reformas estruturais e a liberalização do comércio contribuíram de forma decisiva para a rápida transformação da economia mexicana na última década. Apesar da crise financeira de 1994-1995, o México exibiu um crescimento médio acima dos 3% durante esse período, o que contrasta com a estagnação virtual da economia durante os anos 80.
O processo de transformação económica do México no período de 1988-1994 foi caracterizado pela diminuição do peso do Estado na economia, a qual se traduziu na redução significativa do número total de empresas públicas, e pela desregulamentação de vários sectores económicos, incluindo o financeiro. Paralelamente, assistiu-se à gradual liberalização das relações com o exterior, através da assinatura de acordos de comércio (dos quais se destaca o “North American Free Trade Agreement” ou NAFTA) e da simplificação do regime de investimento estrangeiro, por forma a torná-lo mais atractivo.
O processo de reformas combinado com a adopção de políticas de estabilização macro-económica contribuiu para um acentuado ritmo de crescimento da economia mexicana durante a primeira metade da década de 90, baseado num forte dinamismo da procura interna e das exportações. Simultaneamente, a manutenção de uma política de desvalorização deslizante do peso permitiu a redução gradual da taxa de inflação. Neste contexto, e atendendo à manutenção de baixas taxas de juro, as contas públicas registaram igualmente uma melhoria significativa.
No entanto, a manutenção de uma política de desvalorização deslizante num contexto de diminuição da taxa de inflação implicou uma apreciação real da moeda mexicana que, combinada com um forte crescimento da procura interna e a liberalização do comércio externo, conduziu a um aumento significativo dos défices das balanças comercial e corrente. Em 1994, o agravamento dos desequilíbrios externos e a decisão do Governo em substituir dívida de longo prazo por títulos a 1 ano, num contexto de instabilidade política típica de anos de eleições, implicaram uma perda de confiança dos operadores dos mercados internacionais, os quais desencadearam um ataque especulativo sem precedentes contra a moeda mexicana. Neste contexto, as autoridades viram-se forçadas a deixar flutuar o peso sem conseguirem, no entanto, evitar a saída maciça de capitais estrangeiros do país.
A crise cambial teve efeitos devastadores sobre o sistema financeiro nacional, pondo em causa a sua solvência devido à quase exaustão das reservas internacionais do país e à necessidade de pagamento dos títulos de dívida pública de curto prazo emitidos em 1994. Neste contexto, as autoridades mexicanas foram forçadas a adoptar uma política de austeridade em 1995, a qual se traduziu numa quebra do PIB de 6,2% e no aumento significativo do nível geral de preços. Na segunda metade da década de 90, a adopção de políticas económicas prudentes permitiu a recuperação gradual da economia mexicana e o restabelecimento da confiança dos investidores internacionais.
Apesar do bom desempenho em termos macro-económicos, persistem ainda uma série de problemas estruturais que têm contribuído para a deterioração da competitividade externa da economia mexicana, destacando-se o excesso de burocracia, a relativa ineficiência da administração pública, o mau estado de conservação das infra-estruturas de transportes, em particular da rede rodoviária, a falta de investimento nos sectores da educação e investigação científica, a rigidez no mercado de trabalho, entre outros. Pela primeira vez na história do México, nenhum partido político tem uma maioria absoluta no Congresso Nacional, o que tem implicado uma relativa paralisia do sector legislativo e impedido a realização das reformas consideradas necessárias para o país poder concorrer num mercado cada vez mais aberto e competitivo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário