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sábado, 9 de abril de 2011

BRASIL É TRICAMPEÃO NO MÉXICO

Seleção goleia a Itália por 4 a 1 na final
A desorganização que imperou em 1966 serviu de lição à Confederação Brasileira de Desportos. Para a campanha do México, a CBD traçou um plano eficiente.
A rigidez do regime militar que governava o Brasil foi levada para a seleção brasileira.
O comando da delegação foi entregue ao major-brigadeiro Jerônimo Bastos, que tinha um major do Exército como seu principal assistente.
Na comissão técnica havia mais militares. O supervisor era o capitão do Exército Cláudio Coutinho e um dos preparadores físicos era o também capitão Carlos Alberto Parreira.

Comunista no comando

Curiosamente, o comando técnico ficou a cargo do jornalista e ex-técnico do Botafogo, João Saldanha, notório simpatizante do extinto Partido Comunista.
Saldanha convocou o que havia de melhor no futebol brasileiro e seu time foi apelidado de "as Feras do Saldanha".
O Brasil não teve dificuldade em se classificar. A dupla de frente Pelé-Tostão aterrorizou a defesa de Colômbia, Venezuela e Paraguai e as goleadas se sucederam. Foram 23 gols marcados em 6 jogos.
Na fase de amistosos, porém, João Saldanha comprou uma briga com a imprensa e torcedores, dizendo que Pelé tinha um problema na vista e não tinha condição de jogo. A torcida não queria saber, preferia Pelé no time, mesmo que com tapa-olho.

Médici

Saldanha acabou sendo demitido do comando da seleção ao resistir a uma tentativa de interferência feita pelo então presidente da República, o general Emilio Garrastazu Medici, um torcedor fanático.
Medici tentou impor a convocação do atacante Dario, do Atlético Mineiro. Saldanha teria respondido: "Eu não opino na escolha do seu ministério, portanto não aceito que o senhor dê palpites no meu time."
A 60 dias do início da Copa, o ex-jogador bicampeão em 58 e 62, Zagalo foi convidado para substituir Saldanha. Coincidência ou não, Dario, o preferido do presidente Medici, acabou convocado.
Zagalo aproveitou a base do excelente time armado por Saldanha e fez algumas modificações fundamentais, como a escalação do meio-de-campo Wilson Piazza, do Cruzeiro, na quarta-zaga ao lado de Brito e de Rivelino, o fabuloso craque do Corinthians, na ponta-esquerda, no lugar do driblador Edu.
Dois meses antes de a Copa começar, o Brasil foi o primeiro time a chegar ao México, instalando-se na cidade de Guanajuato para se aclimatar à altitude de mais de 2 mil metros.

Campanha

A seleção ficou no grupo 3, o mais forte de todos, ao lado da fortíssima Tchecoslováquia, da Romênia e da então campeã do mundo, Inglaterra.
A seleção estreou em 3 de junho, no estádio Jalisco, em Guadalajara, contra a Tchecoslováquia.
Logo aos 12 minutos, o tcheco Petras aproveitou uma indecisão da zaga brasileira e abriu o placar.
Antes do final do primeiro tempo, o Brasil empatou com um gol de Rivelino. Uma "bomba" numa cobrança de falta na entrada da área.
No segundo tempo, Pelé e Jairzinho aproveitaram lançamentos precisos de Gerson para colocar três a um no placar. No final, Jairzinho deixou quatro tchecos caídos e empurrou a bola no canto direito do goleiro Viktor para fazer Brasil 4 a 1.
Neste jogo, Pelé quase faz um dos mais belos gols de sua carreira. Percebendo que o goleiro tcheco estava adiantado, Pelé chutou forte, ainda do campo brasileiro. O estádio se divertiu vendo a bola encobrir o desesperado Viktor que corria de volta para o gol. A bola passou a um palmo da trave indo caprichosamente para fora.
No segundo jogo o Brasil enfrentaria os atuais campeões mundiais. Naquele que foi considerado o melhor jogo da Copa, o Brasil venceu a Inglaterra por um a zero, com um gol de Jairzinho.
Neste jogo, o goleiro inglês, Gordon banks, faria uma defesa incrível, salvando uma cabeçada certeira de Pelé. Muitos a consideram a maior defesa de todos os tempos.
No terceiro jogo, contra a Romênia, o time brasileiro entrou confiante e, sem perder o comando da partida, venceu por 3 a 2, com dois gols de Pelé e um de Jairzinho.

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